Kapotasana – A Postura do Pombo

Kapotasana
A Kapotasana – Postura do Pombo, em sânscrito – é um asana que libera e alinha a pélvis e o sacro, além de despertar nossa criatividade latente. Mesmo quando executada da forma simplificada, traz ao praticante uma experiência imediata dos efeitos energéticos emocionais e sutis, como também dos benefícios físicos como maior liberdade nos quadris e parte baixa das costas.

Quando os quadris estão soltos e o sacro e a pélvis melhor alinhados, andar, sentar-se e mover-se tornam-se atividades mais fáceis e confortáveis. Ademais, a abertura dos quadris retira as pressões excessivas das articulações dos joelhos. É esse benefício que de início mantém o interesse do praticante, até que outros benefícios energéticos mais profundos aconteçam.

Simbologia da Kapotasana

Através da história e em várias culturas, a cabeça e a parte superior do corpo têm sido consideradas como repositório da nossa natureza superior e a pélvis como o receptáculo de nossa natureza inferior. Consequentemente, valorizamos mais a parte alta do corpo do que a baixa.

Não há surpresa nenhuma de que nos enamoremos das flores leves e delicadas brilhando ao sol, e esqueçamos das raízes e bulbos enterrados na tranquilidade da terra. Entretanto, assim como o bulbo e as raízes da flor, a pélvis e os quadris contêm o poder criativo fundamental do nosso corpo e mente. Do interior do bulbo da flor, a força criativa é acionada para baixo pelas raízes e para cima através do caule. Da mesma maneira, a pélvis contém o impulso criativo para nos enraizarmos e nos expressarmos no mundo. Mantendo os quadris e a pélvis abertos e estáveis, permitimos o livre curso dessa energia criativa.

Kapotasana – Passo-a-Passo

KapotasanaIniciamos o asana com sua postura preparatória: a Eka Pada Kapotasana.

Siga as instruções abaixo:

  1. Primeiramente, ajoelhe-se, com os joelhos um pouco afastados, os dedões dos pés unidos, o peito dos pés no chão e as mãos apoiadas no chão.
  2. Então, estique a perna direita para trás, alinhando as duas pernas analogamente à virilha direita. Ir alongando a perna direita, escorregando-a, com o intuito de tocar o chão com os quadris, se for possível.
  3. Se for necessário, descanse com o apoio dos antebraços. Se sentir desconforto no joelho esquerdo, procure corrigir o ângulo, movendo a perna para a frente. E se isso não trouxer alívio, eleve o quadril, sentando-se sobre uma almofada. Cuidar para que os quadris se alinhem, observar tanto o lado direito como o esquerdo. O baixo ventre e o umbigo devem ficar direcionados para a frente como os faróis de um carro.
  4. Comece a respirar vagarosa e ritmicamente. Suavize suas extremidades, crie ao seu redor um mar de graça divina. Acione todos seus músculos para o centro do seu corpo. Mantenha os ísquios afastados para baixo de modo que seus quadris se alarguem e o assoalho pélvico se expanda.
  5. Venha caminhando com as mãos em direção aos seus quadris, de modo que a pélvis se eleve. Com as pernas e quadris estendidos, os ísquios abaixados e afastados, bascule o quadril, eleve as costelas e infle o alto do peito como um pombo, leve os ombros para trás.

KapotasanaRespiração e Retorno

Respire profundamente durante 30 segundos, direcionando o prana à pélvis. A cada inspiração profunda, sinta o assoalho pélvico se expandir e os quadris desabrocharem; enquanto aprofunda mais e mais o cóccix durante as expirações.

A cada inspiração você pode se ligar ao desejo de se expandir numa relação saudável e criativa de relacionamento pessoal e a cada expiração se aprofundar na confortável solidez da terra.

Para desmanchar a postura incline-se para o lado do quadril esquerdo e traga as pernas de volta à posição inicial.

Siga as mesmas instruções para executar a postura para o outro lado.

Benefícios

Quando a pélvis fica enraizada com firmeza num fluxo equilibrado de energia, o coração floresce, como a seiva que ascende pelo caule da flor. Mesmo nas posturas mais elementares de Hatha Yoga, podemos viver a experiência de que todas as partes do corpo são igualmente valiosas e saudáveis.

Texto baseado em artigo de John Friend, publicado no “Yoga Journal dez-97” e adaptado pela equipe IYTA Brasil

 

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