Asanas ou Posturas de Yoga

Shiva fazendo asanas e posturas de Yoga

As posições assumidas pelo corpo humano, ou posturas de yoga – ASANAS – têm suas origens perdidas nas antiquíssimas lendas hindus. Uma delas refere-se ao deus Shiva, que experimentou 84.000 maneiras de sentar-se e posicionar o corpo para estabelecer quais exercícios físicos eram mais adequados para preservar a saúde do homem e desenvolver nele uma consciência mais elevada.

Dessas posturas, apenas 84 são comuns atualmente e as que servem para conservar recuperar a saúde são umas 30 ou 40.

A forma atual dos asanas foi alcançada através do desenvolvimento dados, através dos séculos, pelos sábios da Índia. O que no princípio era considerado pelos cientistas ocidentais superstição ou contorcionismo absurdo, é agora em nossos dias reconhecido e demonstrado experimentalmente pela medicina, que reconhece sua importância tanto na saúde como na longevidade.

 

Asanas, posturas de yoga, segundo Patanjali

– “é o que é estável e agradável”, e que se pode conseguir “reduzindo a tendência natural a inquietude e meditando no ilimitado”. Quando se obtém a estabilidade desejada “as dualidades não fazem obstrução”, isto é, os pares de opostos deixam de perturbar o praticante.

Os asanas constituem um elemento imprescindível e fundamental do Hatha Yoga, são sem dúvida uma forma de controle, e sobre isso devemos salientar:

  • que o homem se move continuamente e o asana impõem absoluta imobilidade.
  • que o homem é agitado e intranquilo e o asana exige serenidade.
  • que o homem respira ritmicamente e o asana requer um ritmo respiratório adequado.
  • que o homem é escravo de sua constante atividade sensorial e o asana visa a cessação de toda atividade sensorial.

Segundo o Professor Hermógenes:

“Os asanas unificam a mente em si, o corpo com a mente, visando um aprimoramento, uma sensibilização, uma purificação global que abra as portas do infinito”.

Muitos são os conceitos e definições mas usaremos como básicos os textos clássicos do Hatha Yoga Pradipika, Shiva Samhita e Gheranda Samhita, que são os que explicam mais detidamente.

No Gheranda Samhita lemos:

“Há oitocentos e quarenta mil asanas descritos por Shiva. As posturas de yoga são tantas em número como o número de criaturas vivas no Universo.”

Nos Yoga Sutras de Patanjali os asanas se situam no terceiro degrau. Vários mestres da atualidade o definem:

  • Prof. Hermógenes: – Asana é um balé de saúde e paz.
  • André Van Lysebeth: Asana é toda posição que se pode conservar imóvel, durante muito tempo e sem esforço.
  • Alain Danielou: Ficar imóvel, bastante tempo, sem esforço, é um asana.

Através da prática dos asanas objetiva-se o controle do corpo. O controle do corpo busca proporcionar uma posição correta e benéfica, dar retidão e estiramento vertebral; maior flexibilidade articular; aumentar a flexibilidade articular; aumentar a flexibilidade pulmonar, regularizar o funcionamento do coração, prolongar a permanência durante o tempo que for possível sem haver cansaço.

Controlando o corpo é possível controlar as tendências, os desejos, as paixões, e assim é possível levar adiante o trabalho interior com segurança e êxito. Jamais os movimentos devem ser forçados, outrossim, eles devem ser como o desabrochar de uma flor.

Na execução de quaisquer posturas de yoga os requisitos necessários são:

  1. Lentidão na execução.
  2. Absoluta imobilidade de corpo e mente, uma vez conquistada a postura.
  3. Relaxamento das partes do corpo não solicitadas
  4. Respiração correta.
  5. Concentração.

Importante é que se consiga uma estabilidade do corpo e ao mesmo tempo se reduza o esforço físico ao mínimo, evitando assim a sensação de fadiga. O fundamental é a resistência passiva e não a ação violenta; é economizar energias aprendendo a relaxar os músculos do corpo que não intervenham na execução do asana e praticar contínua e regularmente.

Nessas condições o praticante consegue dirigir sua atenção para a própria consciência. Desaparecendo o esforço, principalmente as posturas de meditação tornam-se naturais, permitindo a meditação sem esforço e sem contrações.

O asana transforma-se numa arte, pois permite plasmar com o corpo o modelo que a mente concebe e o sentimento que o anima.

Shiva fazendo asanas e posturas de Yoga

Nos asanas, o espírito que é o obreiro, se confunde com o corpo, que é a própria obra. 

O asana, apesar de simplesmente parecer uma atitude do corpo, é muito mais do que isso, é uma expressão do homem integral, manifestando-se em todos os seus planos: no corpo, no pensamento, na ação e no espírito.

As posturas de yoga possuem: indicação fundamental higiênica – a respiração; indicações terapêuticas, pois são úteis no tratamento de determinados transtornos e cura de certas enfermidades, principalmente de fundo nervoso ou psíquico, doenças psicossomáticas; são indicados para o homem que vive uma vida agitada e, irracional, imposta pela civilização mecanizada do ocidente. Cada asana desenvolve determinados efeitos específicos, além de efeitos gerais comuns a todos.

As contra indicações são poucas e de modo algum absolutas. Todas as pessoas podem praticar, pois o limite de idade é bastante elástico. Deve-se consultar o médico para saber as condições físicas no que se refere a: Condições pulmonares – Hipertensão arterial – Problemas cardíacos. Recomenda-se moderação e prudência, e a adaptação gradual conforme a resistência e a tolerabilidade de cada praticante. Portanto esteja sempre consciente e 

Boa Prática

Namasté

 

IYTA Associação Internacional de Professores de Yoga do Brasil

Colaboração de Nauá Beaubrun Cardarelli

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