Pranayama

Pranayama

De todas as etapas do Yoga, o Pranayama é a mais árdua e difícil, mas também a mais convincente e sublime. Isso porque, por si só, é capaz de produzir a iluminação total do discípulo. Não há palavras com as quais se possa descrever o estado de felicidade interior sentido pelo yoguim durante o Pranayama. Também é impossível relatar com exatidão o sutil processo que torna o praticante capacitado a dominar o Prana. Cada discípulo deverá descobrí-lo por si mesmo, através da prática constante e do esforço. Mas, se o conseguir, passará intuitiva e espontaneamente por todas as etapas restantes do maravilhoso caminho do Yoga.

Significado de Pranayama

Embora o fluxo de Prana no organismo humano esteja intimamente ligado ao fluxo respiratório, Pranayama não consiste em dominar a respiração, mas em, única e exclusivamente, controlar a energia cósmica integrada e responsável pelo ato de respirar. Não é a respiração que produz o movimento dos pulmões, mas justamente o contrário: é o movimento daqueles que produz a respiração. Sendo o movimento uma forma de energia aplicada, deve o candidato esforçar-se por estudar e meditar sobre esse movimento, ou melhor, sobre a energia que o produz, de maneira a poder dominá-la. Afinal, há criaturas capazes de reter o alento durante largos espaços de tempo, como é o caso dos mergulhadores profissionais, sem que isso importe no domínio ou controle das correntes prânicas que circulam no corpo humano.

A Metáfora do Prisioneiro

Vivekânanda, em sua obra em espanhol intitulada “Filosofia Yoga“, conta-nos uma história muito interessante:

“Certo ministro de determinado país oriental, tendo caído em desgraça, foi encerrado numa torre isolada no meio da floresta, onde deveria permanecer até a morte. Durante a noite, sua esposa foi até o local e começou a lamentar-se de sua infelicidade, entre lágrimas e soluços. Pediu-lhe então o marido que trouxesse na noite seguinte um fio de seda bem comprido, um carretel de linha comum, um barbante forte e uma longa corda, bem como um pouco de mel e um besouro.

Na noite aprazada lá estava a dedicada mulher com todas as coisas pedidas pelo prisioneiro. Mandou-lhe então o marido que amarrasse o fio de seda ao corpo do besouro, pousando o bichinho na parede da torre, com a cabeça dirigida para o alto. Feito isso, recomendou-lhe que besuntasse as antenas do animal com um pouco de mel.

Logo que se viu livre, começou o inseto a subir pela torre, levado pelo cheiro do mel que julgava estar em algum lugar sempre à sua frente. Não demorou muito e o besouro atingiu o alto da torre, onde o encarcerado apoderou-se do fio de seda, ordenando à mulher que amarrasse a linha à outra extremidade que ficara em terra. Feito isso, foi fácil ao prisioneiro puxar o fio de seda, trazendo até ele uma das extremidades da linha. De posse dela, mandou que a esposa amarrasse o barbante à ponta da linha, recolhendo-o em poucos segundos. Com o barbante nas mãos, com ele alçou a corda, também amarrada pela mulher, e finalmente, descendo por ela, libertou-se”.

Moral da História

O mesmo se passa com o Pranayama, acrescenta o autor: “o discípulo, por meio do fio de seda da respiração, apodera-se da linha das correntes nervosas que circulam no corpo. Depois, com essa linha, apodera-se do barbante das atividades mentais, que lhe fornecem finalmente a corda do Prana, com que se liberta definitivamente da escravidão da vida”.

Benefícios

O Pranayama nos fornece as energias necessárias para paralisarmos as atividades dos nossos corpos astral e mental. Assim, tornamo-nos espectadores da realidade universal, verificando e sentindo como realmente se passam os fatos da manifestação, sem a máscara traiçoeira da nossa interferência pessoal.

Caio Miranda

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