EFEITOS DO YOGA INFANTIL – Atenção e comportamento de crianças diagnosticadas com déficit de atenção e desordem de hiperatividade
Profa. Dra. Percília C. Giaquinto
Intervenções farmacêuticas para desordem de hiperatividade (ADHD), apesar de efetivas, estão longe de ter resultados plenamente satisfatórios. Falhas no tratamento e efeitos colaterais complicados são alguns dos contras dos tratamentos feitos exclusivamente por remédios. Mesmo quando combinado com terapia
cognitiva comportamental, o comportamento é raramente normalizado (Greenhill et al. 1999). Assim, tratamentos alternativos e complementares são necessários para otimizar os efeitos terapêuticos. Uma das intervenções complementares estudadas e comprovadamente efetiva é o yoga.
Dados biofisiológicos de tomografia e eletroencefalografia tem demonstrado os efeitos do yoga infantil positivos das práticas de respiração yogi na lateralização cerebral, consumo de oxigênio, atividade das ondas cerebrais e cognição (Naveen, Nagarathna, Nagendra, & Telles, 1997). Estas mudanças têm relevância potencial para ADHD, onde foi diagnosticado ondas cerebrais de baixa amplitude, déficit de lateralização cerebral e baixo consumo de oxigênio. Também existem estudos mostrando que a atividade de neurotransmissores pode ser afetada pela prática de yoga (Kennedy, Zeigler, & Shannahoff-Khalsa, 1986).
Um estudo feito pelos pesquisadores australianos Jensen e Kenny e publicado na revista científica especializada “Journal of Attention Disorders” em 2004, testou a prática de yoga como tratamento complementar para reduzir o déficit de atenção e comportamentos correlatos em meninos com sintomas de ADHD. Os participantes eram meninos de 8-13 anos que foram submetidos à prática de yoga por 1 hora semanal, por um período de 20 semanas. Os pais eram instruídos a estimularem os filhos a também praticarem em casa, o que muitos meninos fizeram. O programa de yoga incluia: treinamento respiratório, treinamento corporal, relaxamento e concentração. Os resultados mostraram que o yoga tem uma papel estabilizador nas emoções dos participantes e redução de comportamentos
desafiantes, irracionais ou violentos dos meninos. O estudo ressalta ainda, o fato do yoga ser uma ferramenta que não é dispendiosa e, principalmente, não
invasiva.